Não existem pessoas frias, existem pessoas que aprenderam a bloquear seus sentimentos

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 Hoje, eu quero falar de pessoas emocionalmente distantes ou mais conhecidas como pessoas frias.

Quem já conviveu ou convive com essas pessoas sabe do desafio que é decifrar ou entender o que elas sentem. Muitas vezes, a mesma não demonstra absolutamente nada, é como um tesouro trancado com sete cadeados, não esboçam reações relacionadas com as emoções e suas conversas são sempre triviais.

Essas pessoas estabelecem uma certa distância, dando a impressão de tanto faz, constantemente são tachadas de introvertidas, não conseguem estabelecer vínculos emocionais e sempre criam dificuldades para criar e permanecer em espaços de intimidade emocional, em certas ocasiões, as pessoas que se relacionam com esses indivíduos criam a falsa sensação de não serem amadas ou acabam produzindo uma cobrança excessiva por não receber afeto na mesma proporção, criando frustrações em ambas as partes.

Mas por que elas são assim?

Podemos citar diversos fatores que podem acarretar tais atitudes, um deles está  relacionado a seus vínculos primários: se houve uma falha na primeira infância, como a falta de afeto a criança internaliza um sofrimento profundo, fazendo com que ela se feche para que ninguém venha machucá-la, levando esse comportamento para a vida adulta, por isso, muitas vezes encontramos pessoas que não conseguem demonstrar seus sentimentos, pois não receberam na infância.

Outra possível razão pode ser resultado das frustrações atuais na fase adulta, como: sucessivas decepções, falsas expectativas e dúvidas. 

Então vem a pergunta. Como eu reajo diante dessas pessoas? 

Aceite as limitações, respeite o tempo da pessoa, avalie a situação, não cobre, tente conversar com calma tentando achar um ponto em que ela se sinta confortável para falar de si, ganhe a confiança (elas não tiveram com quem contar por muito tempo, então pode ser difícil no começo), faça inúmeras tentativas algumas vezes não terá nenhum progresso, mas aos poucos irá alcançar alguns avanços e comemore, afinal, uma pessoa “fria emocionalmente” fez um grande esforço para conseguir se abrir com você, a empatia nesse momento fará a diferença, e por fim: não as culpe, apenas acolha e seja o ponto de apoio que elas precisam.

 

 

Cilene Paulino

Cirlene Cunha

É psicóloga e colunista, tem 33 anos, especialista em Terapia Cognitivo Comportamental.

Contato: (11) 98618-6553

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